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Cautela é a palavra de ordem: como agir diante da crise?

Fonte: InfoMoney
Patricia Alves A volatilidade da bolsa, a escassez e o aumento do custo do crédito para as empresas, o repasse destes custos ao consumidor, a redução da produção, o desemprego... estes são alguns dos efeitos que a crise norte-americana, que acomete o mundo inteiro, pode causar aos brasileiros. Diante de tanta incerteza, o que fazer? "O importante é ter cautela", afirma o professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contáveis, Atuariais e Financeiras), Alexsandro Broedel Lopes. "Como o grau de incerteza é muito grande, a capacidade, hoje, de previsão do dia seguinte, é zero. Diante deste quadro, calma é a palavra de ordem". Garantir o principal Segundo Lopes, a bolsa é um grande termômetro da crise. Para ele, a volatilidade sentida nos últimos pregões retrata a incerteza do investidor. "A diferença de expectativas mostra essa realidade. E a gente nota que essa diferença é brutal quando a variação é muito grande". A dica, segundo ele, principalmente para os pequenos investidores, é: "ficar longe da bolsa". "Os investidores que estão acostumados com o mercado estão agindo com cautela. Quem é novo e, principalmente, conservador, deve sair agora". O importante, neste momento, é garantir o principal. "Ninguém está preocupado com rentabilidade e, diante do risco muito alto, proteger o principal é o melhor a fazer". "Não quero ser pessimista e até acredito que os americanos vão resolver o problema, mas essa é a atitude mais sensata a tomar no momento", explica. "Se a crise se dissipar, no entanto, torna-se um bom momento para voltar à renda variável", pondera. Segundo Hugo Azevedo, autor de "500 Perguntas (e respostas) Básicas de Finanças", buscar aplicações conservadoras é a dica para quem vai investir neste momento de crise. "O ideal é buscar instrumentos com taxas pós-fixadas e em bancos de primeira linha", aconselha. "Não é momento para ficar pré-fixado", afirma. Crise do crédito De acordo com dados preliminares da Anefac (Associação de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a crise já causou aumento nas taxas médias de juros dos financiamentos no Brasil, tanto para a pessoa física quanto para a jurídica. Segundo Azevedo, o ideal, agora, é segurar o financiamento. "Pode até ser que algumas pessoas tinham planejado entrar numa linha de crédito para compra do carro zero, por exemplo, mas, se puder adiar, adie. O momento não é dos melhores", afirma. Para ambos os especialistas, as dicas são as mesmas: fuja das dívidas, opte por aplicações conservadoras (em instituições conservadoras), segure financiamento e aguarde. "Não é época para ficar brincando com dinheiro", conclui Azevedo.
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