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Média salarial real do brasileiro teve aumento de 3,5% em 2008
Em 2007, ano em que a economia brasileira mais cresceu, o aumento da média salarial foi de 0,68%.
Mariana Jungmann
A média dos rendimentos reais do trabalhador brasileiro subiu entre 2007 e 2008, apesar da crise financeira. De acordo com números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), apresentado hoje (6) pelo ministro do trabalho, Carlos Lupi, o crescimento da média salarial no ano passado foi de 3,52% acima da inflação.
Em 2007, ano em que a economia brasileira mais cresceu, o aumento da média salarial foi de 0,68%.
Para Lupi, a explicação está na demissão das pessoas com menor escolaridade e na manutenção dos empregos de quem tem nível de formação mais alto – e consequentemente, maiores salários.
A Rais aponta queda no número de empregos nos grupos que incluem desde os trabalhadores analfabetos até os que têm o ensino fundamental completo. A partir do ensino médio, contudo, o número de postos de trabalho volta a apresentar crescimento, que acompanha todas as faixas de escolaridade até o nível superior completo.
Entre os analfabetos, por exemplo, a quantidade de postos de trabalho diminuiu 3,91%. Já entre os trabalhadores com ensino superior completo, houve crescimento de 7,37% no número de empregos.
“Na crise, eles preferem sempre quem tem mais instrução, mais formação. Esse quadro mostra isso claramente”, afirmou o ministro. Segundo Lupi, os trabalhadores devem ficar atentos a essa dinâmica do mercado e procurar ter o máximo de estudo possível. “É mais um alerta para que todos continuem estudando. É importante a qualificação”, completou.
O documento também mostra o quadro do mercado de trabalho quanto a gênero, raça, faixa etária e condição física dos trabalhadores. As mulheres são maioria entre os trabalhadores com escolaridade superior incompleta e superior completa – existem 3,6 milhões de mulheres formadas trabalhando formalmente, contra 2,5 milhões de homens. Apesar disso, elas ainda ganham o equivalente a 82,8% do salário deles.
A diferença salarial é mais marcante quando se trata dos trabalhadores negros. Eles ganham, em média, 50% menos que os brancos. Na autodeclaração, 62,32% dos trabalhadores se dizem brancos, 27,31% se apresentam como pardos e 5,26%, como pretos ou negros.
A geração de emprego entre as faixas etárias mais jovens e mais velhas foi mais alta. As faixas de 16 a 17 anos e de 50 a 64 anos tiveram crescimento nos postos de trabalho de 9,75% e 8,17%, respectivamente.
Lupi observou que o crescimento no emprego para esses dois pólos da economia já tinha aparecido nos números da Rais de 2007. “Tanto na Rais de 2007, quanto na do ano passado, observou-se que essas faixas vêm crescendo mais. Isso mostra um novo comportamento da economia," disse o ministro. Apesar disso, essas duas ainda são as faixas com menos empregados.
O mesmo não se observa quanto ao emprego para trabalhadores com deficiência. Eles ocupam apenas 1% do mercado de trabalho, o que demonstra que as empresas não estão cumprindo a lei que determina que eles devem ocupar de 2% a 5% dos postos de trabalho. Lupi admitiu que a fiscalização tem falhado. “A gente não tem capacidade fiscalizar. Possuo apenas três mil fiscais em todo o Brasil”, reconheceu.
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