Notícias
Dólar retoma patamar de R$1,75 em meio a desconforto global
Forte queda da Bovespa também subsidiou a alta de 0,92% da moeda norte-americana no mercado de câmbio
SILVIO CASCIONE
Um movimento global de aversão a risco devolveu o dólar para o patamar de R$ 1,75 nesta quarta-feira, 28, em uma sessão de instabilidade alimentada pela forte queda da Bovespa. A moeda norte-americana subiu 0,92%, para 1,755 real. O principal índice da bolsa paulista tinha queda de 3,6% no final da tarde.
"Com a bolsa nesse nível, deve estar tendo saída (de investidores)", disse Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez. "A gente está tendo uma correção grande... mas não é nada absurdo, é parte do negócio."
A pesada desvalorização de ativos brasileiros era parte de um movimento internacional de aversão a risco. Desde o começo da semana, investidores têm abandonado aplicações mais arriscadas e buscado refúgio em opções consideradas mais seguras, como títulos do Tesouro norte-americano.
Nesta sessão, a justificativa para a piora internacional foi a queda inesperada das vendas de novas moradias nos Estados Unidos - sinal de que a maior economia do mundo ainda encontra muitos percalços. Na quinta-feira, o mercado acompanha o dado mais aguardado da semana, o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do terceiro trimestre.
O movimento desta sessão foi reforçado pela dúvida de investidores sobre a continuidade do ciclo de alta das ações, que já dura meses nos principais mercados do mundo. A cautela valorizava o dólar, que subia 0,4% ante uma cesta com as principais moedas.
"O pessoal está chamando uma realização (de lucros) há muito tempo. Ela está aí, acontecendo", acrescentou Carvalho. A saída de investidores da Bovespa, no entanto, ainda não afetou significativamente o fluxo de dólares para o país.
Embora tenha havido déficit nos últimos dois dias da semana passada, o país ainda registra entrada líquida de US$ 12,8 bilhões em outubro, segundo dados do Banco Central que incluem as transações financeiras e comerciais.
A alta do dólar proporciona algum alívio a setores do governo, que na semana passada anunciou a cobrança de IOF sobre capital estrangeiro em ações e renda fixa para tentar limitar a valorização do real. Em evento no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo trabalha para manter o equilíbrio da taxa de câmbio, mas negou que haja uma meta para o dólar.
Links Úteis
Indicadores de inflação
08/2024 | 09/2024 | 10/2024 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 0,12% | 1,03% | 1,54% |
IGP-M | 0,29% | 0,62% | 1,52% |
INCC-DI | 0,70% | 0,58% | 0,68% |
INPC (IBGE) | -0,14% | 0,48% | 0,61% |
IPC (FIPE) | 0,18% | 0,18% | 0,80% |
IPC (FGV) | -0,16% | 0,63% | 0,30% |
IPCA (IBGE) | -0,02% | 0,44% | 0,56% |
IPCA-E (IBGE) | 0,19% | 0,13% | 0,54% |
IVAR (FGV) | 1,93% | 0,33% | -0,89% |
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.7947 | 5.7955 |
Euro/Real Brasileiro | 6.1026 | 6.1106 |
Atualizado em: 15/11/2024 18:59 |