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Inflação desacelera e títulos prefixados são boas alternativas de investimento
Com o consenso de mercado de que os preços devem subir menos até o final do ano
Pela oitava vez consecutiva, o mercado reduziu as perspectivas de inflação para este ano. De acordo com o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central, os analistas do mercado financeiro projetaram a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 6,16% no final do ano, ante perspectiva anterior de 6,18%.
Com o consenso de mercado de que os preços devem subir menos até o final do ano, especialistas ressaltam que os títulos de renda fixa prefixados se tornam uma alternativa interessante para o investidor.
“Quando se espera que a inflação recue, os prefixados ficam mais atraentes”, afirma o diretor da Valore Investimentos Personalizados, Sérgio Quintella. Isto porque a taxa é definida no momento da contratação do título e, mesmo que a inflação recue, ela não sofre alterações, ou seja, o investidor recebe a taxa mais elevada.
O gerente de renda fixa da Um Investimentos, André Mallet, tem a mesma opinião. “Continuo achando que o momento é favorável para os títulos prefixados. O cenário externo piorou um pouco mais este mês, aumentando a expectativa de desaceleração da inflação”, diz o especialista.
Assim, ele afirma que o investidor deve aproveitar o momento que as taxas prefixadas estão mais altas, por conta dos recentes aumentos dos juros . “O investidor tem muito mais a ganhar comprando um prefixado agora e ter um prêmio maior, com expectativa de queda da inflação, do que se ele comprar um papel indexado à taxa Selic ou ao IPCA”, afirma Mallet.
Alternativa mais conservadora
O diretor da Valore lembra que os títulos pós-fixados variam de acordo com algum índice, como a inflação oficial medida pelo IPCA, ou a Selic (taxa básica de juro). De acordo com Quintella, investir em títulos pós-fixados atrelados ao IPCA é uma opção menos arriscada. “Esta é uma alternativa mais conservadora, já que o investidor tem um ganho real garantido, independente de qual seja a inflação do período”, afirma Quintella.
O especialista da XP Investimentos, Bruno Carvalho, concorda."Hoje sei que o cenário é de desaceleração para médio e curto prazo, mas no longo prazo qualquer previsão pode ser deturpada por alguma mudança importante no cenário", afirma. "Portanto, quando me atrelo à inflação, estou garatindo meu ganho real independente do que acontecer com a inflação", completa.
Porém, assim como os outros especialistas, ele concorda que a taxa prefixada é ideal quando se tem uma perspectiva de curto ou médio prazo de desaceleração de inflação e o investidor pretende operar neste período de tempo. "Neste caso, ele deve optar por taxas prefixadas ou atreladas aos juros, para maximizar o retorno", afirma.
Outros investimentos de renda fixa
O especialista da XP ressalta que antes de optar por qualquer investimento, o investidor deve se atentar para o prazo que pretende permanecer com aquela aplicação, por conta da tributação.
“Nós costumamos avaliar qual a melhor oportunidade de acordo com o prazo total do investimento, já que a questão tributária tem um peso muito grande”, afirma Carvalho.
Assim, ele ressalta que existem títulos, como a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), que também podem ser boas alternativas de renda fixa no momento.
Segundo Carvalho, a questão tributária é um dos maiores atrativos desses títulos. “Este tipo de investimento é isento de imposto de renda para pessoa física, então, para o curto prazo, ela dá um ganho tributário muito grande”, afirma o especialista.
Outro título interessante citado por Carvalho é o CRI (Certificado de Recebível Imobiliário). “Ele também é isento de Imposto de Renda, mas geralmente é mais aconselhado para longo prazo. Geralmente a remuneração é baseada na inflação”, afirma o profissional.
Com os mesmos objetivos, Sérgio Quintella, da Valore, também aponta a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio). “Assim como o CRI e a LCI, não é cobrado Imposto de Renda e é uma boa alternativa para diversificar os investimentos”, afirma.
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Indicadores de inflação
08/2024 | 09/2024 | 10/2024 | |
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IGP-DI | 0,12% | 1,03% | 1,54% |
IGP-M | 0,29% | 0,62% | 1,52% |
INCC-DI | 0,70% | 0,58% | 0,68% |
INPC (IBGE) | -0,14% | 0,48% | 0,61% |
IPC (FIPE) | 0,18% | 0,18% | 0,80% |
IPC (FGV) | -0,16% | 0,63% | 0,30% |
IPCA (IBGE) | -0,02% | 0,44% | 0,56% |
IPCA-E (IBGE) | 0,19% | 0,13% | 0,54% |
IVAR (FGV) | 1,93% | 0,33% | -0,89% |
Indicadores diários
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Atualizado em: 19/11/2024 06:24 |