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Calote cresce 18,5% na 1ª quinzena de julho
Ritmo de alta da inadimplência quase dobra este mês, segundo a Associação Comercial de São Paulo, e lojistas não conseguem atingir meta de venda
O ritmo de alta da inadimplência do consumidor quase dobrou na primeira quinzena deste mês na comparação anual e as vendas a prazo enfraqueceram. O endividamento e o calote elevados são tidos pelos lojistas como as principais causas para a frustração das metas de vendas deste mês.
Entre os dias 1.º e 15 de julho, a média diária de financiamentos com pagamentos em atraso superiores a 30 dias aumentou 18,5% em relação ao mesmo período de 2011, segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O indicador de calote tinha encerrado junho com alta de 9,8% na comparação anual.
Também o volume de dívidas renegociadas diariamente aumentou este mês em relação à primeira quinzena de julho de 2011, porém num ritmo bem menor do que a alta do calote. Na primeira quinzena, o número de carnês renegociados teve acréscimo de 13,9%. Em junho, o aumento havia sido de 8,9% na comparação anual.
"Ainda é cedo para considerar esse resultado uma tendência", diz o economista da ACSP, Emílio Alfieri. Ele pondera que, por enquanto, se trata de um dado preliminar. Mas ressalta que, se ao longo do mês aparecer algum indicador negativo, especialmente em relação ao emprego, o quadro da inadimplência pode piorar. "Daí, será possível validar essa alta do calote."
Além da aceleração da inadimplência, os resultados da quinzena revelam um enfraquecimento nas vendas financiadas. Na primeira quinzena de julho, a média diária de consultas para negócios a prazo aumentou 1,3% na comparação anual. Junho tinha encerrado com vendas a prazo crescendo 5,3% ante 2011.
Segundo Alfieri, a forte desaceleração, nesse caso, está ligada à prorrogação do benefício do corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os eletrodomésticos da linha branca (fogões, geladeiras e máquinas de lavar). Como, inicialmente, o benefício estava previsto para terminar em junho, muitos consumidores foram às compras. Mas, agora, com a prorrogação do corte de imposto, as vendas perderam esse impulso.
Nos negócios à vista, avaliados pelas consultas a cheques, as vendas até aceleraram. Na primeira quinzena deste mês, a média diária de registros aumentou 1,2% em relação a igual período de 2011, depois de ter encerrado junho com alta de 0,3% na comparação anual.
Metas. Os lojistas de artigos de vestuário e de produtos de maior valor, como eletrodomésticos e eletrônicos, confirmam a desaceleração. "A 1.ª quinzena de julho ficou com crescimento abaixo dos esperado e estamos neste momento buscando tirar a diferença", afirma César Siqueira Anderson, diretor de vendas das Lojas Colombo, especializada em eletroeletrônicos. O executivo aponta o "expressivo" aumento da inadimplência e o nível de comprometimento da renda como fatores que afetaram as vendas deste mês. O crescimento foi de apenas 1% ante 2011.
"As lojas de shoppings não foram afetadas pela inadimplência", observa o diretor da Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva. Ele conta que as vendas da 1.ª quinzena deste mês ficaram abaixo das expectativas, apesar das liquidações. Segundo ele, o consumidor colocou o pé no freio nas compras, esperando uma queda maior nos preços.
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