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Horário trabalho flexível: Ideal, possível ou um problema?
Para muitos, trabalhar das 9h as 18h é o normal. Para outros tantos, um sonho, haja vista que trabalham muito mais que esta realidade.
Para muitos, trabalhar das 9h as 18h é o normal. Para outros tantos, um sonho, haja vista que trabalham muito mais que esta realidade.
Uma reportagem da revista Exame.com demonstra um caminho interessante sobre horário flexível, empresas que adoram a ideia e suas impressões:
Sua equipe trabalha das 9h às 18h? Então você está ultrapassado
Para a maioria das pessoas, trabalhar numa empresa ainda é sinônimo de estar no escritório no horário comercial – e pegar aquele trânsito para ir e voltar para casa. Porém, alguns negócios já perceberam que, num mundo com tanta tecnologia, não faz mais sentido obrigar seus funcionários a estarem no ambiente de trabalho sempre no mesmo horário.
Nessas empresas, os funcionários muitas vezes fazem horários alternativos, ou mesmo trabalham alguns dias ou horas de forma remota (em casa ou qualquer outro lugar). E elas garantem: permitir mais flexibilidade aumenta os lucros e o engajamento da equipe.
O tema foi discutido num webinar (seminário virtual) promovido pelo Gympass, em que a diretoria de Recursos Humanos da PwC, Erika Braga, falou sobre a política de flexibilidade da companhia. O Gympass é uma plataforma que permite ao usuário ter acesso a várias academias credenciadas e que oferece o modelo Gympass Corporate, voltado para empresas que queiram investir na qualidade de vida de seus funcionários.
Exame.com acompanhou o webinar e depois conversou com alguns negócios sobre o tema.
Controle X Confiança
“Percebemos que esse é um caminho sem volta. Se você não começar a pensar de forma diferente sobre isso, vai ficar para trás em termos de organização”, afirmou Erika na conversa virtual.
Na PwC, uma consultoria presente em 157 países, existem algumas possibilidades de jornada de trabalho flexíveis, dentre elas horários alternativos (entrar algumas horas mais cedo ou mais tarde, por exemplo), home-office em dias esporádicos e a possibilidade de fazer um horário de almoço maior ou menor.
Questionada sobre como a empresa controla o trabalho do funcionário nesses modelos, Erika ressaltou que a empresa não controla e decidiu “trocar o controle pela confiança”.
“Temos que ter uma relação de confiança com nossos profissionais, nossos talentos. Temos que ter qualidade, entrega, resultado. Se a pessoa trabalhou das 10h às 15h naquele dia e entregou o que estava combinado, tudo ok”, afirmou durante o webinar.
Mentalidade Netflix
Para Marcelo Sartori, diretor de Recursos Humanos do Gympass, a flexibilidade no trabalho é uma tendência que segue a lógica da “escolha do indivíduo”.
“Temos exemplos como a Netflix, em que a pessoa assiste a um programa na hora que quiser, onde quiser. No modelo da TV tradicional, a pessoa tem que ligar naquela hora específica se quiser assistir o jornal ou a novela. Agora essa lógica está se invertendo, quem decide é o indivíduo. O mundo está caminhando para isso e as empresas não podem ficar para trás”, afirma.
Sartori ressalta que o próprio Gympass funciona dessa forma, permitindo que o usuário decida onde, quando e o que fazer na academia.
Sem culpa
Engana-se quem pensa que um modelo flexível como esse só pode funcionar em grandes companhias como a PwC. Empresas menores também podem ter um esquema de trabalho menos rígido, modelo que inclusive vai ao encontro do que acontece em locais que prezam pela inovação, como o Vale do Silício.
“Estamos no mercado há cinco anos e desde o início tivemos essa mentalidade do Vale do Silício. Aqui nós valorizamos a presença no escritório, mas temos a possibilidade de trabalhar de casa e fazemos horários alternativos. Ás vezes a pessoa precisa resolver um problema pessoal e não se sente culpada por isso”, afirma Bruno Martin do Ebanx (plataforma de pagamentos online).
Segundo Sartori, do Gympass, dentre os benefícios da flexibilidade está o aumento na produtividade. “Quando há muita rigidez de horários, muitas vezes o colaborador está lá só de corpo físico, esperando dar 18h para ir embora. Quando você permite mais flexibilidade, também transfere mais responsabilidade para o funcionário”, afirma.
Martin, do Ebanx, concorda e conta que na sua empresa o principal benefício de ter uma proposta mais flexível está no ânimo das pessoas em trabalhar. “Aqui a gente não entra numa empresa em que está todo mundo desgastado, cansado. As pessoas vêm com muita vontade para o trabalho”, conta.
A avaliação é semelhante à de Erika Braga da PwC. “Investir em flexibilidade reduziu nosso turn over [rotatividade de funcionários], então gastamos menos com recrutamento, além de termos menos faltas e ganharmos nessa questão do engajamento”, disse no webinar.
Fonte: http://exame.abril.com.br/pme/sua-equipe-trabalha-das-9h-as-18h-entao-voce-esta-ultrapassado/
Quando do início da implantação do processo eletrônico cheguei a prever que poderíamos ter escritórios 24h, com turnos de 4 ou 6 horas de trabalho, num tipo de modalidade muito diferente do que hoje presenciamos.
Seria este um caminho?
Sem adentrar em questões políticas e quiçá jurídicas, pensando apenas no quesito trabalho e no que ele pode representar de positivo ao trabalhador (busca da realização profissional e reconhecimento) e do empregador (trabalho para produzir o seu projeto de empreendedorismo): Podemos estar diante de uma nova forma de ver a relação de horário de trabalho.
Afinal, de nada adianta trabalhar 8h por dia e produzir efetivamente menos de 6h. Talvez fosse melhor produzir 5h bem feitas e dedicadas e dividir o trabalho com outros profissionais.
#FicaaReflexão
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