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63% das empresas relatam escassez de tributaristas qualificados
Estudo da Deloitte mostra que as companhias encaram desafios com a escassez de profissionais experientes para lidar com o aumento da complexidade técnica da legislação
Pesquisa realizada pela Deloitte mostra que 63% das empresas brasileiras relatam alta dificuldade na procura de tributaristas qualificados. Segundo o estudo, 22% afirmaram ter médio nível de escassez para contratação de bons profissionais. Apenas 7% responderam ter baixa dificuldade.
O desafio se aprofunda com as modificações trazidas pela reforma tributária, impactando na necessidade de rápida adaptação das organizações.
Os dados constam na pesquisa “Tax do Amanhã”, que teve a participação de 172 empresas dos mais variados segmentos e porte.
Impactos da reforma tributária
Somente 46% das empresas consultadas no estudo já efetuaram estudos sobre as consequências da reforma tributária sobre o consumo. Dentre o grupo, 56% projetam alta da carga tributária, com consequente repasse de preço ou redução de margem.
O levantamento mostra que 34% dos negócios não fizeram estudo de impacto sobre a reforma. Outros 20% não informaram.
De acordo com a pesquisa, 45% das companhias ainda esperam a publicação de leis complementares para iniciarem seus diagnósticos.
A reforma tributária foi aprovada em 2023 pelo Congresso. Agora, os congressistas estão debatendo os detalhes das regras. O primeiro texto de regulamentação foi aprovado pela Câmara em julho e está no Senado. O outro texto de regulamentação deve ser votado em agosto na Casa Baixa.
A transição para o novo modelo tributário começará em 2026 e trará desafios constantes para as organizações.
A sondagem mostra que o segundo maior problema das empresas é lidar com a legislação tributária. Para 40% das companhias, há um alto nível de dificuldade; 37% citam nível médio; só 14% acham o nível de dificuldade baixo.
Eis o que aumentou em 2023 na comparação com 2022:
- Complexidade técnica da legislação (49%);
- Necessidade de treinamento em novas tecnologias (48%);
- Necessidade de treinamento em legislação (42%).
Local de atuação e inteligência artificial
Todas essas mudanças exigem que as organizações ajustem suas operações para se manterem com conformidade. O estudo também revelou que mais de 60% das empresas estão considerando mudanças nas etapas de produção e em sua localização geográfica para se adequarem às novas regras.
Além disso, 12% das empresas já incorporaram tecnologias de Inteligência Artificial para robotizar os trabalhos em aspectos tributários.
Maior fiscalização
As empresas indicaram um aumento de 43% nas fiscalizações no último ano, sejam federais, estaduais ou municipais. Ao todo, 16% indicaram que passaram por fiscalizações mais de 10 vezes ao longo de 2023.
Tendências: capacitação de tributaristas
Sócio de Tax da Deloitte, Gustavo Rotta fez algumas considerações sobre o estudo:
- Oportunidades com a reforma: “O ambiente da Reforma deve trazer inúmeras oportunidades às áreas de compliance tributário e fiscal, contudo, é necessário que, no curto prazo (durante a fase de transição, que deve durar até 2032), as empresas e suas respectivas lideranças estejam preparadas para lidar com os novos desafios”;
- Departamentos fiscais: “Devem focar na antecipação, na estratégia e na execução para enfrentar as transformações e, principalmente, impulsionar as organizações em um ambiente de negócios cada vez mais complexo”;
- Inteligência artificial: “Investimentos contínuos em profissionais e soluções tecnológicas […] representam uma oportunidade de automatizar as operações e ganhar eficiência, permitindo que os profissionais se dediquem à compreensão e aplicação das novas regras geradas pela reforma”.
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Atualizado em: 12/11/2024 17:30 |